27 de dezembro de 2016

os meus cinco minutos # 5

Os amigos cabem nos dedos de uma mão.
Dizem.
E têm razão.
Na vida, vamos fazendo amizades.
Daquelas que duram dias.
Semanas.
Meses.
Ou até anos...
Cumprimentamos.
Falamos.
Dizemos:
"Olá".
"Bom dia."
"Tudo bem?"
"Está sol".
Apenas.
Mas, depois, depois, com sorte, vem a amizade.
A amizade é como um pão que amassamos, amassamos, amassamos, pequenino, aconchegamos, fazemos um ninho e aquecemos. E, se fizermos tudo certinho, vimo-lo crescer.
É assim a amizade.
Fui tendo "as minhas melhores amigas", desde muito cedo.
Na pré-escola.
Na escola primária.
No ciclo.
No liceu.
Na universidade.
Outra vez, na universidade.
Mais tarde, quando crescemos, apercebemo-nos de que é muito mais complicado fazermos amigos.
Tornamo-nos mais exigentes.
Ou parvos.
Sei lá!
Temos mais vícios.
Enfim, a culpa é sempre nossa e não dos outros.
É bom termos consciência disso.
Para além do mais, não mandamos no destino e damo-nos conta de que há amigos que vão e amigos que ficam.
Há deles insubstituíveis, caramba!, que vão e deixam um vazio.
Um vazio tão grande e que dói tanto, que não passa nunca, nem o tempo apaga!
Dizem que sim, que apaga, mas é mentira.
O tempo não apaga nada.
Há outros que vão para longe.
Tão longe que parece que nunca mais voltam, mesmo voltando.
Como se não bastasse, uma das minhas irmãs foi viver para o Algarve.
Assim como já não havia Raqueis, Cláudias, Alexandras, Andreias (que saudades!), nem Tatianas, passou a não haver Renatas.
Nunca mais houve Renatas!
Felizmente, há amigos por perto.
Há.
Há.
Aparecem sem darmos conta.
Quando olhamos, PUM já cá estão!
Nem os vimos chegar, mas já cá estão e parece mentira.
Parece mesmo mentira, pois achamos que nunca temos sorte e que só os outros é que têm.
Afinal, temos sorte também.
Os amigos chegam e agasalham-nos por dentro, tão bem!, que nos fazem um casaquinho de lã onde não passa ponta de aragem.
Estas férias têm sido reconfortantes.
Uns dias, trabalha-se e sabe bem.
Outros dias, ficamos em casa, com os amigos, onde há sempre um chazinho quente, mas quente, a escaldar, uns dedos de conversa, umas bolachinhas de canela, uns trabalhitos de costura e mais conversa, que eu falo que me desunho.
Sabe bem estar com os amigos.

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